O assunto é a revitalização do nosso centro histórico, principalmente na região da Vila Belga e no entorno da Gare da Estação Férrea de Santa Maria, uma vez que a ferrovia foi fator fundamental para o desenvolvimento econômico, social e cultural da cidade e região no final do século 19. Em primeiro lugar, é fundamental ressaltar a visão empreendedora que teve o casal Fernando e Cristiane Thies, quando a dupla resolveu resgatar a memória ferroviária e investiu na compra do prédio da Cooperativa dos Empregados da Viação Férrea, um patrimônio histórico da cidade, na Vila Belga. Em segundo lugar, também cabe saudar a visão empreendedora dos sócios Felipe Hoehr e Marcelo Fialho, que acreditaram na implantação de um projeto que conecta Santa Maria com sua essência: o V Belga Food Hall. Recentemente, tive uma conversa franca com os empreendedores e vale compartilhar a visão deles nessa coluna.
E tudo começa com um propósito
Hoehr e Fialho contaram que o objetivo deles era criar uma experiência diferenciada por meio de seu empreendimento. “É difícil falar do V Belga. É uma sensação muito boa e nos traz muita alegria. Este projeto surgiu da vontade de empreender em Santa Maria, a nossa cidade”, ressalta Hoehr. Essa percepção dos dois empreendedores surgiu quando identificaram uma oportunidade em Santa Maria a partir da movimentação de revitalização do Centro Histórico por meio do prédio da Cooperativa dos Ferroviários.
Planejamento faz a diferença
Então, eles apostaram na estratégia do negócio. O primeiro passo foi pensar em uma oferta gastronômica que contemplasse os principais pratos que levam as pessoas a saírem de casa para comer. E o objetivo foi ser variado para obter uma pluralidade de público, contemplando gostos de pessoas entre cinco e 80 anos. Além disso, a intenção foi ter um ambiente que também proporcionasse entretenimento e diversão, com música ao vivo, possibilidades de interação e de autoatendimento. A partir disso, montaram uma estrutura que oferta desde hambúrgueres e pizzas até sushis. E para manter a qualidade desses produtos, a dupla montou uma cozinha para cada especialidade, com equipe própria e dedicada em cada área. Esse formato de gestão facilita a inovação do cardápio, pois o cliente do V Belga Food Hall sugere e interage com o local.
O que faz a diferença no negócio?
- Presença: Eles estão diariamente respirando o ambiente do negócio, percebendo as reações dos clientes.
- Feedback: Eles conversam todos os dias com as pessoas que frequentam o VBelga, pedem opinião sobre a música ao vivo, sobre os produtos, sobre o atendimento e, assim, melhoram o negócio.
- Interação: Eles querem que os clientes interajam com o VBelga, e ficam realizados quando percebem que pessoas sentem-se tão em casa que, mesmo sem se conhecerem, conversam perto das torneiras de chope sobre a história ferroviária e sobre o ambiente que foi revitalizado.
O que é mais gratificante?
Hoehr e Fialho sentem-se gratificados quando ouvem dos clientes “Meu Deus, não esperava isso dentro do município”. Para eles, unir a história de Santa Maria com gastronomia e experiência é compensadora. E relatam que é realmente especial quando observam as pessoas empolgadas contando passagens de suas vidas ou de seus parentes que viveram a época da ferrovia e, em alguns casos, clientes que chegam a se emocionar simplesmente por estarem naquele local de saudosismo e de boas memórias.
Qual o cenário futuro?
Eles querem mais: “Queremos proporcionar essa experiência para as pessoas de todos os bairros de Santa Maria, da T. Neves, de Camobi, que venham viver o V Belga e vivenciar a nossa história, o V Belga é para todos”. E também desejam que fortaleçam o espaço deles e do entorno como ambientes de eventos para a população. “Queremos a vida pulsando e, sem dúvida, a iniciativa da prefeitura municipal para resgatar a vida na Vila Belga está sendo fundamental. Acreditamos na revitalização da Gare, acreditamos no Distrito Criativo Centro Gare, que já movimentam a região, acreditamos em Santa Maria e te esperamos no V Belga Food Hal!”, finaliza Hoehr. E, da parte desse colunista, também fica a dica para viver essa experiência.